Sobrepor
as melhores opiniões e críticas da série Breaking
Bad produzida por Vince Gilligan, que teve sua estreia em 20 de Janeiro de 2008, é um ato de coragem e
ao mesmo tempo trabalhoso e difícil. Uma série repleta de dramas, ações e politicas
incorreta, onde há diversas filosofias e ciências aplicadas merece uma ampla
atenção e estudos.
Começa-se entender o quão patológica é a
história da série, logo no episodio piloto, onde vemos um homem de aparência velha,
apenas de cueca, pronto para combater a policia, rangendo os dentes de ódio, e
transparecendo saber o que está fazendo, mas que na verdade essa transparência vai
embora, assim que reconhecemos a sua imagem distorcida como professor de
química, em sala de aula. Walter White é o personagem que atrai total atenção
do público, impossível não questionar as ações favoráveis. Professor de
química, mal compreendido por sua turma, que trabalha meio período em um
lava-rápido, que se submete a submissão em relação ao seu chefe e sua esposa,
deprimente situação nos entrega esse homem, anti-herói. Descobrindo seu câncer-terminal,
sua vida entra em estado anarquista e rebelde.
O homem em total pensamento imoral
compõe a sua ideologia de vida, de acordo com o que crê, convive e discute. Sendo
o imoralismo o perturbador enigma regente da série, conquista-se o labor de
questionar o que é certo e o que é errado nas atitudes tomadas por White.
John Stuart Mill e Jean-Paul Sartre
reconheceriam suas filosofias se assistem a série. O utilistarismo, de John
Mill, nos diz que se cada vez você faz coisas consideráveis boas para as outras
pessoas, você é uma boa pessoa, mas se cada vez mais faz coisas que prejudicam
as pessoas, você é uma pessoa má, e é com essa filosofia, que questionamos o
pensamento de Walter White, ao prometer produzir metanfetamina para deixar um legado a própria família.
Primeiramente o desejo de Walter é admirável, um homem com câncer terminal nos
estados decadentes de vida não tem muito o que deixar ao partir e fazer por
amor, proteção e ajuda a família, ele está fazendo o bem, porém o mal está em
quem ele está prejudicando, pessoas que consomem esse tipo de droga, logo estão
propensas ao perigo e perder a razão e a escolha de caminhos. Considerando que
se esses consumidores desse tipo de droga não comprassem a “azulzinha” de Walt, comprariam a de
outro traficante, Walter White ainda sim prejudica e pratica o mal, colocando
sua família em risco, sendo dois filhos e sua esposa, a qual ele demonstra amar
estranhamente.
O existencialismo de Jean-Paul Sartre nos
faz entender que viver sobre pressão do medo da morte é viver uma vida infeliz
e insatisfatória. É uma doutrina não religiosa, mas que segue a filosofia de
que o homem deve cruzar seu destino de acordo com sua vontade sabendo que um
dia morrerá. O ser humano é capaz de compartilhar de milhares emoções e
conhecer novas culturas e estudos na sua única vida na Terra, porém é preso por
religiões, comerciais e outros tipos de manipulações. O existencialismo faz do
homem um ser único, sem alguém pra ditar suas regras e mostras seus caminhos a
trilhar, fazendo assim culposo e responsável por seus próprios erros, mas
também respeitável por suas ações benéficas. Walter White ao saber do câncer terminal,
sabe que tem pouco tempo de vida, então modifica seu modo de viver rapidamente,
para que possa desfrutar do que nunca tivera antes oportunidade ou até tivera
medo.
Com razão, Walter White se torna Heiseberg,
que foi o nome perfeito para dar ao alter ego de White. Wener Karl Heisenberg foi
um físico/filósofo alemão, que formulou ideias do princípio da incerteza.
Consequências trazem consequências, é o
pensamento de um consequencialista, e é o pensamento de Walter White. Ele sabe
que seus atos são praticados por sua obsessão de deixar um bom dinheiro para sua
família, mas também sabe que de acordo as leis de seu país, que o que faz é
errado e imoral.
O Sonho Americano foi bem elaborado na
série, o sonho foi construído e destruído diversas vezes; combater a miséria,
fazendo-o na miséria. Jesse Pinkman é
um jovem rebelde e viciado, que ao longo das temporadas vai desenvolvendo uma visão
diferente sobre o mundo. Não sendo criado pelos pais, seu aspecto de vida, é
vadia e aborrece qualquer um que descobre quem poderia ser Jesse Pinkman sem as
drogas. Simpático e criativo poderia trazer esperança para os viciados, mas o que
mais dói na série é ver a realidade dos viciados incorporada na alma de
Pinkman, ele não consegue fugir desse male. Tanto que vende, tanto que usa.
Marie, é uma mulher contraditória, julga Skyler e White o tempo todo, mas nunca
parou para de se repreender depois de praticar atos criminosos. Ela abusa da
autoridade do marido, Hank é manipulado e não enxerga que roubar também é um
crime considerável grave quanto produzir droga. Ouvir as frases clichês de Hank
dá náuseas e ódio. Homem competitivo e deselegante, nunca atraiu a afeição e
simpatia de Walter White, ainda mais quando o químico está em alto nível de
produção e poder. Gus, um homem estratégico, enigmático e sociopata, as cenas em que aparece descarregamos o ódio nele. Gus guarda um rancor, tristeza e amargura dentro do seu olhar perturbador; seu grande amigo (isso se não for seu amor de vida) foi morto em uma reunião de traficantes do Cartel do Novo México.
Mesmo com o final da série, é lamentável
o índice de pessoas viciadas e traficantes que acabam morrendo ou praticam
mortes por causa da droga. A serie não apenas apresenta diversas filosofias e
ideias como também enfatiza a horrenda situação da realidade do mundo das
drogas. Não é atoa que o tipo de plano usado em muitas cenas dos episódios são
para pegar as cenas que criticam o mundo criminoso, a psicose de uma mente
bandida, a pecaminosa mente de quem trai e o paraíso proibido de quem consome
droga. A série continua sendo exibida todos os dias na realidade. Milhares de drogas são produzidas e vendidas por dia. O que é certo e o que é errado é questionado demais que não conseguimos achar as melhores maneiras de fazer o mal virar o bem. Tratando da realidade, considera-se a visão ampla da série a crítica de quem não conhece ou até conhece a triste situação, enquanto assistimos a esta incrível série, onde produtores de drogas são os heróis, a ideia e crítica de Vince Gilligan é implantada de leve; a realidade nos faz abrir os olhos e nos faz quebrar o mal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário