Já faz um ano que Stéphane Charbonnier se tornou uma das 12 vítimas do atentado terrorista á sede do jornal Charlie Hebdo, que supostamente foi "sentenciado" à morte pelo ácido humor, com uma caricatura de Maomé e críticas à religião extremo islâmico e o difícil é responder a pergunta que todos queriam fazer: "Para o humor há limites de liberdade de expressão"?. Talvez não para o famoso jornalista e diretor Charb.
"MORTE...!"
Charb sentenciava algo banal, em seu ultimo livro chamado Pequeno tratado da Intolerância onde o autor se inspirava nos campo de extermínio para criticar qualquer cotidiano tosco, irregular, qualquer coisa que julga-se fora do seu contexto.
O livro possui dois volumes, o primeiro publicado com caricaturas e o outro sem. O melhor do livro não é apenas rir das sátiras e das caricaturas antes de cada texto. Na realidade, Charb não pretende apenas fazer seu leitor rir, mas também compreender o assunto debochado, e formar outra opinião com a base de sua crítica cômica e é por isso que Charb cria um tipo de stand up comedy por escrito, é quase improvável o leitor ficar sem rir de suas palavras irônicas, e seu sarcasmo ácido. Quem não entender suas ironias, por favor devolva o livro onde comprou e troque por "Quem é você, Alasca?".
A crítica mais elevante é a do "Morte aos fabricantes de celular" pois descreve a sociedade perdida na tecnologia. Os celulares ficaram tão populares de uma hora pra outra deixando a vida mais prática e rápida comunicação, porém Charb percebeu o principal erro dessa "maldita" tecnologia, em suas próprias palavras "Oferecem o útil para confiscar o essencial" que é escrever corretamente, dentro do padrão gramatical, a linguagem pelo celular é fraca, é desinteligente. O autor imagina o mundo com essa única linguagem e enoja o futuro assombros que seria se caso todas pessoas encarasse tal realidade e padrão de escrita.
Há quem odeie os fumantes de cigarros, mas Charb vai além chegando a comparar crianças que acabaram de aprender a fazer cocô no penico e sente a necessidade de mostrar aos pais este novo aprendizado; com os fumantes onde na maioria dos lugares se encontram dando a ideia de que precisam mostrar ao mundo que são viciados em cigarros, e ao fim da crítica deseja colar fraldas de neném na boca desses viciados.
No ponto de vista do autor, os padrões de beleza nos pés femininos, também fazem parte da crítica que precisa de atenção do leitor, pois toda publicidade de sapatos se vê uma mulher toda confortável e feliz usando essa grande marca; a realidade é outra, observando - talvez não só as parisienses mas outras mulheres de outros países, conclui-se que todo esse desgaste, doloroso e chegando a machucar os pés ao andar de sapatos de tal marca não é nada mais e nada menos do que alvo do padrão de beleza criadas pela Mídia.
"Morte ao Medo islamita", é difícil ler esse texto sem estranhar com o fato de que o autor morreu com o atentado terrorista islâmico. Ele julga a religião como amedrontante, e debocha dizendo que ela só existe pelo medo que causa na sociedade. O irônico é que Charb não parecia ter medo do islâmico, e acabou morrendo pelo terrorismo apavorando completamente a França, fazendo qualquer outro jornalista pensar duas vezes antes de criticar o islã.
É claro que Charb além de autor, ele faz papel de ator de novela mexicana forçando o dobro do sentimento, expressão e acontecimento, deixando o leitor duvidar se realmente ocorreu tal fato com o escritor.
Carecas que usam perucas, designers, folhetos e clientes de supermercados, jornalistas com diplomas comprados pelo pai, banheiro de trem e etc, fazem parte da lista que Charb condena a morte, com a morte do autor, cabe cada um de nós após ler esse livro compartilhar tais efeitos dos sarcasmos e crítica humorística e relevar pro mundo que o humor vale a pena apostar a vida, quando se é pra abrir a mente das pessoas e faze-la enxerga-las como deveriam.